Sonho muitas vezes com casas. Um
desses sonhos foi aterrador para mim.
A casa era grande, branca,
antiga, com janelas estreitas e em madeira… Era Outono e as folhas das árvores
cobriam o chão.
Sem vontade e sem dar por isso,
já estava dentro da casa. A luz era escassa e o corredor
enorme e cheio de portas de um
lado e do outro! Sentia junto a mim uma força magnética, como se fosse uma
entidade invisível, que me impelia a percorrer o corredor embora tivesse
vontade de sair dali a correr.
Comecei a abrir porta atrás de
porta à procura da saída. Sempre perseguida por aquela força…
Até que “bati de frente” com essa
força que tentava entrar em mim, apoderar-se do meu
corpo e usá-lo para se deslocar.
Eu gritava: “Não, não, não! Vai-te embora! Eu sou mais forte do que tu!”.
Quando começava a sentir que a força estava a ganhar terreno, ela retirou-se e
dei por mim fora da casa junto a uma árvore grande. Vi um monte de folhas que
me pareceu estranho. Aproximei-me e vi que as folhas tentavam ocultar um corpo.
Debrucei-me sobre ele. Era uma mulher e estava de barriga para baixo. As costas
nuas e feridas. Tinha o cabelo apanhado em “rabo-de-cavalo”. A cara voltada
para o lado direito. Reconheci-a. Era eu!
Marlene Correia,
Guimarães (Braga), Portugal
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